As reuniões do Caminho em Salvador acontecem aos DOMINGOS às 18:30 hs no auditório do Centro Médico da Pituba. Fica na Alameda Benevento, 405, antes da Escola Colméia, na Pituba. Vem e Vê!


Pedras Vivas

Tivemos ontem um Encontro muito alegre na Estação do Caminho de Salvador. Além de presenças de amigos queridos, houve uma empolgante reflexão com relação ao nosso Caminho enquanto igreja, ajuntamento.

O grupo de irmãos, como fenômeno visível, tem importante relevância no caminhar diário de cada um, de modo isolado. As reuniões, estar juntos, fornecem essa união que, quando bem aproveitada, nos torna, de fato, unidos mesmo distantes geográfica ou culturalmente.

Quando Pedro anunciou que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivente, Jesus lhe respondeu como sendo sobre esta Pedra a única fundação possível de uma comunidade que se pudesse segui-lo de forma coerente e simples. Nessa Rocha, toda a sustentação seria possível, frente a todas as intempéries que a vida apresenta, independente de quem seja. O apóstolo Paulo apresenta uma imagem interessante sobre a comunidade apoiada na Rocha, comparando-os com um edifício espiritual. “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.” – Efésios 2: 20-22. Essa imagem de que somos pedras espirituais nos permite perceber nuances das nossas relações como ajuntamento de fé. As pedras, na antiguidade, não recebiam tratamento nenhum de formatação de sua forma a fim de serem usadas como matéria-prima para construção das edificações. Sua forma bruta era convencionalmente usada e esse apelo nos mostra como nós, como ajuntamento em Fé, podemos nos relacionar nesse edifício feito, não por mãos humanas, como pedras espirituais que, mesmo com formas diferentes, somos capazes de compor essa casa espiritual para templo do Senhor.


As pedras, umas rugosas, outras pontiagudas, outras mais ortogonais, outras mais disformes, fornecem esse tipo de relação no Corpo onde as diferenças são superadas para darmos lugar à possibilidade do crescimento desse edifício. “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido.” – I Pedro 2: 4-6. Pedro bem sabia que ele só poderia ser uma pedra viável se a Rocha fosse sua base. Mas mesmo ele sendo uma pedra importante, sem outras pedras, mesmo as menores, menos relevantes, esse edifício não se ergueria de forma que, mesmo nas diferentes circunstâncias dessas pedras vivas, a argamassa faria o trabalho de dar toda a solidez necessária para que esse edifício, mesmo composto de entes tão diversos, pudesse crescer e continuar a ser edificado no Espírito. A tolerância, paciência, misericórdia, esperança, temperança, boa vontade, enfim, todos os frutos de uma única possível argamassa capaz de compor esse edifício e ligar tão diferentes pedras vivas: O Amor.

Sempre enfrentamos diferenças entre aqueles que estão próximos a nós. Mesmo os da nossa comunidade de Fé, encontramos as diferenças que, em situações comuns, não nos permitiria unidade possível. Entretanto, diante do Evangelho de Jesus, as diferenças oferecem a riqueza da diversidade que, mesmo diante das dificuldades do relacionamento entre distintos, nos fornece a possibilidade de erguer esse edifício que mostra sua beleza justamente na diversidade.

Um dos maiores mestres da arquitetura na Antiguidade foi o arquiteto e engenheiro romano chamado Vitruvius. Ele deixou um legado imenso na arquitetura e entre seus ensinos, ele ensina que a arquitetura deve ter um tripé para ser reconhecida como tal: Firmitas, Utilitas, Venustas. Firmeza ou rigidez, Utilidade e Beleza. Podemos ver, nesse edifício espiritual todas as características dessa máxima vitruviana. Jesus disse que sobre esse edifício, nem as portas do inferno ou da morte poderiam superá-la. Esse edifício não é só um espaço vazio, mas um ambiente espiritual de acolhimento pelo fato de que, se nós somos a igreja, para onde quer que possamos ir, levemos essa casa de amor e acolhimento dos necessitados onde quer que formos. E além de tudo, a Graça com a qual esse “edifício” se erigiu lhe fornece a beleza que, como disse um sábio franciscano: “Após alguém conhecer o amor de Deus, nada no mundo se torna de novo tão desejável”.

Caminhemos na construção desse edifício, que não se importa com que tipo de pedras o compõe, mas que se juntam em unidade de amor suficiente para dar a firmeza, utilidade e beleza que esse mundo precisa. Em nome de Jesus. Amém.

Anderson
Domingo, 15 de Maio de 2011

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