No último sábado nos encontramos na Estação do Caminho em
Salvador. E refletimos o poder das supostas seguranças, e de como nos desviamos
da fé singela quando dependemos dela para fazer o nosso Caminho.
Quando nos deparamos com o Evangelho de Jesus, testemunhado
pelos apóstolos e outros discípulos, verificamos que o chamado que começou na
manjedoura, vindo de anjos a pastores nos campos de Belém, que atravessou toda
a vida de Jesus até sua crucificação e ressurreição, vindo depois a ser exposta
aos apóstolos, é um chamado que nos priva de toda a segurança e certezas.
No episódio do “Caminhar sobre as águas” de Jesus, toda a
segurança dos discípulos que estavam ali naquela travessia “obrigados” por
Jesus, se deparam com o absurdo de terem seu modelo de segurança balançado. O
próprio Pedro se lança, que numa escolha quase suicida pede para encontrar
aquele ente que dá poucas justificativas e apenas “permite” que este mesmo
Pedro venha a seu encontro caminhando sobre o vazio.
Anos mais tarde, esse mesmo Pedro, que depois de confirmar
Jesus, vindo depois a negá-lo, se vê novamente na situação de se lançar ao seu
encontro. Após a Ressurreição, esse Homem os encontra, agora estando ele no
chão firme, estando eles no mar, e Pedro, ao perceber a presença dEle, mesmo não
discernindo na aparência, já que a mesma
não se parecia com Jesus nas exterioridades, percebe seu Senhor pelo seu agir,
atirando-se nas águas para encontra-lo em terra firme (Jo 21).
“Pedro, tu me amas, mais do que estes outros”?
“Sim, Senhor. Sabes que eu te amo”.
Jesus, que mesmo sem ser reconhecido na aparência, estava
ali, presente, para curar o homem que, diante do Chamado do Mestre, se lança ao
vazio. E Jesus, que bem conhece os corações, está ali para curá-lo.
Este Pedro o negou três vezes. E Jesus lhe permite três
vezes que ele diga que O ama.
Jesus não tinha dúvidas disso. Pedro, sim.
Em Jesus tudo é próprio! Mas para encontra-lo, devo perder o
medo das supostas inseguranças.
Esse Deus se encontra pisando no “vazio”!
Anderson.
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