Todo sábado é dia de descanso. Pelo menos para mim. É o momento de dar uma pausa na rotina em entrar em uma forma de viver que despreza relógios de ponto, horários para almoço e rotinas de afazeres profissionais. Eu amo o sábado. Eu amo o descanso. Talvez seja porque eu nasci num sábado, e, de certa forma, nasci no descanso. Mas hoje eu percebi uma coisa estranhamente paradoxal sobre isso: Descansar requer muito esforço.
Em dias atuais, podemos dizer que descansar de fato requer de nós verdadeira entrega a tal descanso. Tantos afazeres, preocupações com trabalho, família, consigo mesmo, enfim, leva-nos a não ter um descanso pleno de fato.
Eu sempre pensei que o momento de lazer ou descanso fosse a merecida recompensa pelo esforço do trabalho, dos afazeres escolares ou de estudante, onde esse momento seria a justa oferta de um esforçado na qual ele gozaria da recompensa tão esperada. Entretanto percebo que o descanso é mais que necessário e todo o trabalho é aquilo que de fato deve nos dar o contentamento. Nesse sentido, descansar é preciso.
Em Deus, eu entendo descanso hoje também como primordial necessidade. Pode parecer batido, mas descansar é mais que necessário para o entendimento do que venha significar Graça de Deus. Diante da possibilidade do descanso de fato, um mundo de possibilidades se abre diante de nossos olhos e podemos ver as formas de trabalho possíveis para o nosso verdadeiro contentamento. A recompensa está no trabalho, hoje eu sei.
Quando Jesus falou sobre o descanso, ele frisou bem essa relação de descanso e trabalho. O “descanso” foi feito para o homem, e não o inverso. E nesse sentido, ele reforça: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5:17). O trabalho para Jesus era o prazer da sua vida: a Vontade do Pai. E ele vivia em trabalho e se regozijando nele comparando-o até com sua “comida” (João 4:34). Jesus entendia de descanso e de sua necessidade. Mesmo quando este descanso permite que alguns discípulos, que não entendem ainda de descanso, se vejam atemorizados pela agitação das ondas.
Hoje é sábado. Hoje estou descansando. Pergunto-me se todos agora que possivelmente estejam lendo isso de fato têm descansado. Sou grato a Deus que me coloca agora num momento de descanso e que me permite trabalhar ciente de que se eu o fizer de forma agradável, se recompensa em si. E é nessa libertação do “fazer” que encontro realmente o descanso de “ser”.
Que todos aproveitem o descanso.
sábado, 5 de março de 2011
Anderson Villaverde
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